QUEM É GOLD SABE !
Há muito venho falando da importância de acompanhamentos científicos para a ótima performance. Desde 1984, quando passei pela Pós-Graduação e pelo Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAPEX) da UFRGS, realizo avaliações de lactacidemia em meus nadadores ou nos que avalio. Em uma das pioneiras Clínicas de Natação no Brasil, a do Projeto Mesbla, realizada em Blumenau-SC, o Prof. Dr. Juan Carlos Mazza, da Argentina, me disse: …”se não há nenhuma análise e tabulação de dados, não há como saber se tivemos sucesso ou fracasso”!
Esta frase, REPITO ATÉ HOJE!
Estamos em 2018, quase 40 anos depois, ainda temos ou vemos as limitações para e no uso da ciência, ainda vemos avaliações superficiais que pouco dizem de fato, ainda encontramos quem acha que está fazendo avaliações, encontramos avaliações teóricas sem a prática ou experiência específica de fato, vemos ou não vemos de tudo!
Mas a pior conclusão é que, não temos nada sendo feito na base, nenhum programa de talentos, nada programa sendo feito a longo prazo! Sabemos quem são nossos talentos para o futuro?
Quais os fatores de impacto que contribuem para a performance dos nadadores? O que eu posso transferir da Ciência para modificar a performance dos meus nadadores?
São inúmeros fatores, diversos caminhos, mas o que pode-se observar, na maioria das vezes, é o impacto econômico através do excesso de suplementação indicado e consumido, “os aditivos”. Há, isso sim é importante para o sucesso do atleta, o “modismo”! “Meu filho toma R$ 500, R$ 2.000 até R$ 4.000 de suplementação x mês”, já escutei!
Nada contra suplementação, mas como o modo que vêm sendo propagada! Muita gente acredita que é a “tábua da salvação” e caminho do sucesso para um nadador, ou pior para uma criança, um pré-adolescente. Será que seu Nutricionista sabe como e quanto seu cliente nada?
A natação tem esquecido de pressupostos básicos da Biomecânica e da Fisiologia. Treinadores e nadadores não conhecem ou pouco sabem sobre “pontos de exaustão”, treinadores e nadadores não conhecem ou pouco sabem sobre “velocidades intra-cíclicas”, sobre nado ondulatório submerso, etc.., etc…. Venho batendo nesta tecla há anos!
Exames clínicos dos mais comuns tem sido esquecidos para controle da saúde dos atletas. Recentemente em uma competição, um atleta petiz, “passou muito mal” após sua prova! Fez hiperventilação e uma quase grave taquicardia, seguida de grande variação da PA. Ao observar o programa, o atleta não tinha tempo de inscrição na prova, ou seja, nunca havia sido submetido aquele esforço, provavelmente…
Assim desde a tenra base, não estamos focando na Ciência e sim no nadar, nadar, nadar, custe o que custar! Qual o nosso verdadeiro compromisso com o resultado?
E QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM PROFESSOR DE CRIANÇAS DE 2-6 ANOS NA CADEIA OLÍMPICA? Engana-se aquele que diz NENHUMA! Engana aquele que diz que tem que ser de “qualquer maneira”, que “só o lúdico importa” !
NINGUÉM, ou NENHUM PROFISSIONAL TÊM O DIREITO DE CERCEAR O CAMINHO OLÍMPICO DE UMA CRIANÇA, DE UM ALUNO, com a crença de que está na aprendizagem!
Mesmo que eles tenham 4,6, 8 ou 13 anos, é daí que se formam várias possibilidades e potenciais, MESMO QUE VOCÊ ACHE QUE ESPORTE COMPETITIVO NÃO É SALUTAR! MENOS SALUTAR, É ENSINAR ERRADO, É NÃO FOCAR NA BIOMECÂNICA!
Há muito que RE DESENHAR programas metodológicos, há muito que RE ALINHAR conhecimentos para sermos POTÊNCIA OLÍMPICA, não como queremos, MAS SIM COMO MERECEMOS!
Enquanto você pensa … vale dar uma olhadinha nos “detalhes” deste belo filme …
QUEM É GOLD SABE DO QUE EU ESTOU FALANDO!